quinta-feira, 7 de maio de 2009

PARA PESCOÇO, A SUPERGIRL

Foi ela quem nos presenteou com um mundo cheio de cores onde pudemos brincar de costurar.
No trabalho começou cedo, numa farmacia, aos 11 anos, para ajudar nas despesas da familia.
Mas no tempo livre, bem pequeno,aproveitava para aprender o que realmente a fascinava,
a arte da costura.
Seu dom se manifestou antes disso,
nuns retalhinhos que catava num lixão com as primas, ou em papeis, aonde num dia, para desespero da mãe, vestiu uma boneca com a escritura da casa.
Tudo servia para que sua imaginaçãosinha pusesse em prática a indomável vocação..
Aos 15 foi confiada a uma respeitável costureira de Belem e aos 18, já independente, vestia toda a alta sociedade da cidade.
Lá conheceu nosso pai.
Num dia de carnaval.
A ele, chamou atenção, como num lugar em que as mulheres usavam os shorts menores que as calcinhas, uma moça usasse uma saia plissada xadrez, uns 4 dedos acima do joelho, clássica.
A ela, chamou atenção, porque ele era diferente de tudo que já havia visto.
Se amaram.
E vieram embora.
Isso há 35 anos atrás..
Com ela conhecemos a grandiosidade do rio Amazonas, viajamos de navio, andamos de canoa..
Aprendemos a ser simples.
Comemos açai com camarão seco, pupunha, acari assado, piracui e ovos de tracajá.
Sentimos o inesquecivel sabor do cupuaçu e o delirio do tacacá.
Era ela nossa trilha sonora quando viajavamos de carro, cantava musicas em espanhol , que aprendeu com nosso pai, classicos da cultura popular nordestina, que aprendeu com o irmão adotivo Vito e mais um monte de lindas canções..
Tem um ânimo sobrenatural que não sabemos de onde tira.
E por ser muito sentimental, falha em não nos dizer as verdades, que mesmo que doessem, mereceríamos ouvir..
Na verdade À dor amores só existe por ela.
É nossa força motriz.
e não tem medo.


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